Há uma magia incrível quando nos abrimos a novos caminhos. No entanto, essa magia não vem sem os seus desafios, sobretudo quando precisamos deixar para trás os caminhos que nos foram familiares e confortáveis durante tanto tempo. Fugir do que nos incomodava e nos lembrava de dor.
Os caminhos neuronais são como trilhos no nosso cérebro. Cada pensamento, hábito ou comportamento repetido leva-nos a um trilho mais profundo, tornando-se uma rota conhecida para a nossa mente. Esses trilhos formam-se através da repetição. Quanto mais percorremos um caminho, mais ele se solidifica, até se tornar uma via rápida mental que seguimos quase automaticamente. Sem darmos conta e sem colocarmos em causa, porque "sempre fomos assim".
Quando percebemos que essas vias nos levam a lugares indesejados ou limitam o nosso crescimento, sentimos a necessidade de abrir novos caminhos. E é aqui que o desafio emerge: abandonar o que nos é familiar e confortável em troca do desconhecido e incerto.
Desfazer um caminho é um processo difícil. Os nossos cérebros são biologicamente programados para a eficiência, e percorrer um caminho já existente é muito menos exigente em termos energéticos do que criar um novo. Além disso, hábitos e padrões de pensamento estão frequentemente ligados a emoções e crenças profundamente enraizadas, o que torna ainda mais difícil rompê-los.
É como escalar uma montanha: a subida inicial é a mais difícil. Requer um esforço consciente e contínuo para evitar a tentação de voltar às trilhas conhecidas e palmilhadas. A prática da atenção plena e a autoconsciência são ferramentas essenciais neste caminho, pois permitem-nos identificar quando estamos a deslizar para velhos padrões.
Ao abrirmo-nos a novos caminhos, deparamo-nos também com o medo do desconhecido. A mente humana tende a evitar a incerteza, preferindo o conforto do que é familiar, mesmo que esse conforto seja prejudicial. É necessário um ato de coragem para dar o primeiro passo fora do caminho batido e seguir em frente sem garantia de sucesso.
No entanto, a recompensa deste esforço pode ser transformadora. Cada pequeno avanço na criação de novos caminhos neuronais fortalece a nossa capacidade de adaptação e crescimento. Com o tempo, esses novos caminhos tornam-se mais fáceis de percorrer e, eventualmente, podem substituir os antigos.
Assim, abrir-se a novos caminhos é, em essência, um ato de fé no nosso próprio potencial. É confiar que, apesar das dificuldades e do desconforto inicial, seremos capazes de moldar as nossas mentes e vidas de maneiras mais adaptativas, positivas e significativas.
Há, de facto, muita magia neste processo. É a magia da transformação, da capacidade humana de se reinventar e de criar novas realidades a partir de escolhas conscientes. E é essa magia que nos impulsiona a seguir em frente, a explorar territórios desconhecidos e a descobrir novas formas de ser e de viver.
Neste caminho, é importante sermos gentis connosco mesmos, compreendendo que a mudança leva tempo e que cada passo, por menor que seja, é uma vitória. Acolhamo-nos com compaixão e paciência, celebrando cada avanço e aprendendo com cada desafio. Afinal, estamos a traçar o caminho para um futuro mais pleno e realizado.
Se está na altura de dar um primeiro passo, mas sentes que tens medo de o fazer sem companhia no processo, hoje quero dizer-te que abri agenda para acompanhamento individual.
Vens comigo? :)